Neste verão, todos os olhares estarão voltados para o Rio de Janeiro, Brasil, em antecipação aos Jogos Olímpicos de Verão de 2016. O “Rio” pode lembrar imagens do Cristo Redentor com vista para a cidade, jogos de futebol nas praias e coloridos carros alegóricos de Carnaval. Enquanto a cidade não tem uma reputação impecável – poluição e crime – o Rio oferece muitas delícias para o intrépido viajante. Abaixo estão onze fatos divertidos sobre o lugar apelidado de Cidade Maravilhosa, ou Cidade Maravilhosa.
1. Rio é nomeado por um rio que não existe
De acordo com a tradição, o lugar agora chamado Rio de Janeiro foi visitado pela primeira vez em janeiro de 1502 por exploradores portugueses, que acreditavam que a baía que encontraram (agora chamada Baía de Guanabara) era a foz de um rio. Eles chamaram a área chamada Rio de Janeiro, “Rio de Janeiro”. Esta etimologia é amplamente aceita, embora alguns estudiosos argumentem que em português do século XVI, um rio poderia ter sido um termo mais solto para qualquer indentação profunda ao longo de uma costa – o que significa que esses exploradores não estavam tão confusos quanto poderiam parecer.
2. Já foi parte de uma colônia chamada França Antártica
Os portugueses foram os primeiros exploradores europeus em cena, mas os franceses foram os primeiros colonos. Em 1555, um aristocrata francês chamado Nicolas Durand de Villegagnon, patrocinado por Henrique IV, fundou um forte numa ilha na Baía de Guanabara (a ilha ainda leva o seu nome). Era o início de uma colônia chamada France Antarctique, destinada a fornecer uma base estratégica para a França nas Américas e um refúgio para os protestantes franceses perseguidos.
A colónia tinha uma vida curta, no entanto: Após uma luta com um segundo grupo de colonos sobre se o vinho consagrado na Eucaristia deveria conter água, Villegagnon foi expulso para o continente e acabou voltando para a França. A colônia continuou brevemente sem ele, mas as lutas sectárias significaram problemas por dentro, enquanto os portugueses se tornaram uma ameaça por fora. Em 1567, os portugueses destruíram a colônia, cimentando o seu domínio sobre o país.
3. Os franceses uma vez o seguraram para resgate
Prospectores descobriram ouro no Brasil nos anos 1690, e diamantes algumas décadas mais tarde. Como o porto mais próximo às minas, o Rio prosperou – e os franceses notaram. Já envolvidos numa guerra com os portugueses, eles enviaram corsários para atacar em 1710. Esse grupo falhou, mas outros voltaram melhor armados no ano seguinte. Desta vez tiveram sucesso, bombardeando o Rio até que o governador português fugiu, levando a maior parte da população com ele. O governador, Francisco de Castro Morais, eventualmente negociou o Rio de volta por 612.000 cruzados de ouro e 100 arcas de açúcar, mas os portugueses condenaram-no ao exílio na Índia portuguesa por ser tão covarde.
4. Serviu como capital do Império Português durante quase sete anos
Rio foi capital do Brasil de 1763 até 1960, quando esse papel foi transferido para Brasília. Mas de 1808 a 1822, o Rio também serviu como centro da corte real exilada de Portugal, fugindo depois da invasão de Napoleão. O Príncipe Regente Dom João VI chegou com o resto da família real em 1808 – a primeira vez que um monarca europeu pisou nas Américas – e começou a transformar a cidade, estabelecendo uma escola de medicina, um museu nacional, uma biblioteca nacional e jardins botânicos. Em dezembro de 1815, Dom João fez do Rio a capital oficial do império português, papel que desempenhou até o Brasil declarar a independência de Portugal em setembro de 1822.
A história da cidade como capital do Brasil é preservada na bandeira da nação, que é decorada com uma imagem do céu noturno como apareceu sobre o Rio em 15 de novembro de 1889, dia em que o Brasil se declarou uma república federal.
5. Seus moradores podem ser nomeados por uma casa, ou talvez um peixe
Os moradores do Rio são chamados de cariocas (um nome às vezes também aplicado como adjetivo à própria cidade). A etimologia do termo é contestada: alguns dizem que vem do kari ola, ou “casa do homem branco” na língua indígena tupi, talvez uma referência a uma casa de pedra construída por um comerciante português primitivo que parecia diferente das habitações nativas. Mas o kari também pode vir de um peixe conhecido como acari, cujas escalas reflexivas, alguns dizem, podem sugerir uma armadura europeia.
6. Sua estátua gigante de Jesus é atingida por um raio várias vezes ao ano
A localização do Brasil perto da linha do Equador faz com que seja uma área ativa para relâmpagos, o que significa que a amada estátua de Jesus de 98 pés empoleirada no topo da montanha do Corcovado pode não ser a melhor idéia, em termos de segurança. O Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais diz que a estátua, que foi concluída em 1931, recebe de dois a quatro relâmpagos por ano. Um sistema de pára-raios dentro da estátua destina-se a aterrar a eletricidade, mas nem sempre é eficaz. Em janeiro passado, um raio quebrou um pedaço do polegar direito da estátua e danificou a cabeça. A cidade parece disposta a pagar por múltiplas restaurações, embora a pedra sabão cinza-verde pálida que cobre a estátua esteja se tornando difícil de encontrar.
7. Durante cinco dias por ano, a cidade é administrada por um bobo mítico chamado Rei Momo
Rio explode com energia e cor durante os cinco dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas, quando milhões de pessoas saem às ruas para o maior Carnaval do mundo. A festa começa na sexta-feira, quando o prefeito entrega as chaves da cidade a um homem coroado como Rei Momo, um bobo mítico que atua como o chefe das festividades. O Carnaval do Rio apresenta centenas de bandas encharcadas de bebidas (festas de rua desordenadas, muitas vezes com temas específicos) e bailes elaborados. A festa chega ao seu auge no Sambódromo, quando as melhores escolas de samba do país competem pelo prêmio máximo. (Pense numa versão brasileira da Eurovisão só de sambas, com ainda mais plumas). Os resultados são anunciados na Quarta-feira de Cinzas, quando o Carnaval termina oficialmente, e o Rei Momo vai para casa.
8. Acolheu o maior jogo de futebol do mundo
Em 16 de julho de 1950, 173.850 espectadores pagos lotaram o estádio do Maracanã, então o maior do mundo, para o jogo final da Copa do Mundo de 1950. Estima-se que 10% da população do Rio assistiu à vitória do Uruguai sobre os brasileiros, um evento que a mídia local chamou de Maracanazo (termo ainda usado quando um time visitante triunfa). O jogo detém o recorde mundial de maior comparecimento em qualquer partida de futebol de todos os tempos. Desde então, o estádio tornou-se um símbolo nacional, o que o The New York Times chama de “catedral do futebol”, e está pronto para receber as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016. O Maracanã também sedia eventos além do futebol: Frank Sinatra, The Rolling Stones e Madonna, todos já fizeram lá concertos.
9. A cidade colocou códigos QR nos seus passeios em mosaico
Português é um tipo de mosaico de pedra decorativo, normalmente a preto e branco, encontrado em passeios e outras zonas pedonais por Portugal e antigas colónias. Um dos exemplos mais famosos são as ousadas e abstractas ondas que percorrem o calçadão da praia de Copacabana, desenhadas pelo arquitecto paisagista Roberto Burle Marx. Em 2013, a cidade começou a instalar dezenas de códigos QR nos mosaicos de Copacabana e em outros lugares para fornecer informações turísticas para os visitantes. Talvez não surpreendentemente, eles tiveram a idéia de Portugal.
10. A arte de rua é legal lá
Em 2014, o Rio de Janeiro legalizou a arte de rua em muitos tipos de propriedade da cidade, transformando a já colorida cidade em uma galeria de arte ao ar livre. Os artistas de rua podem decorar colunas, paredes e fachadas de construções, desde que não sejam designados historicamente. A cidade criou até uma agência quase governamental, o Eixo Rio, para regular os artistas urbanos da cidade, e celebra um Dia Oficial do Grafite em 27 de março – a data em que o pioneiro brasileiro do grafite Vallauri Alex morreu em 1987.
11. Tem um Museu Carmen Miranda
Às vezes conhecido do público americano como “A Senhora do Chapéu Tutti-Frutti”, Carmen Miranda conquistou a tela de prata como cantora, dançarina e atriz tanto no Brasil quanto na América em meados do século 20. O museu Carmen Miranda, próximo à Praia do Flamengo, presta homenagem com centenas de itens em exposição, incluindo sua marca registrada saltos altos e turbantes de plástico ou frutas com lantejoulas. (Ao contrário da opinião popular, Miranda nunca dançou com frutas de verdade, que provavelmente teriam caído de sua cabeça).