Foram encontrados os fósseis do maior urso conhecido que já viveu, um gigante que foi o mais poderoso carnívoro terrestre da sua época, disseram os cientistas.
Os restos foram desenterrados durante a construção de um hospital na cidade de La Plata, Argentina. Era um urso de cara curta (Arctotherium angustidens), o mais antigo e maior membro de seu gênero (seu grupo de espécies de ursos). Este titã viveu entre 2 milhões e 500 mil anos atrás, sendo seu parente vivo mais próximo o urso de óculos (Tremarctos ornatus) da América do Sul.
Baseado nas medidas dos ossos das pernas do fóssil e nas equações usadas para estimar a massa corporal, os pesquisadores dizem que o urso teria pelo menos 3,3 metros de altura nas patas traseiras e pesaria entre 1.588 e 1.749 quilos. Em comparação, “o maior recorde para um urso vivo é um urso polar macho que obteve o peso de cerca de 1.000 kg”, disse o pesquisador Leopoldo Soibelzon, paleontólogo do Museu La Plata.
“Durante seu tempo, este urso foi o maior e mais poderoso predador terrestre do mundo”, disse ao LiveScience o pesquisador Blaine Schubert, paleontólogo da Universidade Estadual do Leste do Tennessee, em Johnson City. “É sempre extremamente emocionante encontrar algo que é o maior de sua classe – e não apenas um pouco maior, mas um pouco maior”
Embora este urso provavelmente tivesse uma dieta onívora, a carne provavelmente dominava. Megafauna ou criaturas grandes provavelmente desempenharam um papel importante no que comia, e potencialmente incluía preguiças terrestres gigantes, parentes agora extintos de elefantes, camelos, antas e criaturas parecidas com tatu conhecidas como gliptodontes.
“Isto não implica que a caça ativa tenha sido sua principal estratégia de alimentação, já que seu grande tamanho e grande poder pode ter permitido ao urso lutar por presas caçadas por outros carnívoros Pleistocenos, como o gato dente-de-sabre”, disse Schubert. “A análise dos ossos do urso pela equipe de pesquisa sugere que foi um macho velho que sobreviveu a uma série de ferimentos graves durante a vida. Estes podem ter vindo de batalhas com outros machos, enquanto caçava megafauna, ou durante lutas com outros carnívoros por uma carcaça.
Os cientistas também sugeriram a razão pela qual esta espécie pode ter crescido tanto. Quando os ursos chegaram à América do Sul depois do aparecimento da ponte terrestre entre as Américas há cerca de 2,6 milhões de anos, havia relativamente poucos outros grandes predadores na época, com exceção do gato dente-de-sabre. Os ursos cresceram então, aproveitando a grande quantidade de presas, sugeriram os pesquisadores. A espécie acabou se extinguindo após mais carnívoros terem evoluído na América do Sul.
Soibelzon e Schubert detalharam seus achados na edição de janeiro do Journal of Paleontology.
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