O diâmetro da bainha do nervo óptico

O diâmetro da bainha do nervo óptico tem significado na avaliação do papiledema em casos de pressão intracraniana elevada.

Patologia

A bainha do nervo óptico demonstra alterações no diâmetro com alterações na pressão do LCR, pois há uma camada de espaço subaracnoideo entre o nervo e sua bainha, que se expande devido à pressão intracraniana elevada. Essas alterações são mais apreciadas ao longo do aspecto anterior do nervo.

Características radiográficas

As medidas do diâmetro da bainha do nervo óptico (ONSD) são mais frequentemente tomadas a uma distância de 3 mm da margem do globo terrestre posterior, pois acredita-se ser este o local das alterações de pressão máxima ao longo do longo eixo do nervo óptico 1,2,4.

No entanto, deve-se notar que a medição nesse local não é universalmente aceita, e outros autores sugerem a medição a 8 mm do globo 3.

Estas medidas podem ser realizadas em ultra-som com sonda linear, em seqüência T2 na RM ou em TC 1-4. A diferença de intermodalidade nas medições é mínima e se correlaciona bem com as mudanças de pressão do LCR ref.

Ultrasom

Cuidados intensivos e ponto de emergência da literatura de ultra-sonografia, tipicamente usa os seguintes cortes, como medida de borda interna a borda interna, para o limite superior de normal do ONSD 6:

  • até 4 mm em lactentes
  • até 4.5 mm em crianças
  • até 5 mm em adultos
    • medidas acima de 5 mm (bilateralmente) correspondem a elevações na pressão intracraniana acima de 20 mmHg

Outros graus de elevação da PIC resultam num aumento linear do ONSD até 7,5 mm, no qual o diâmetro aparece a platô. A confirmação de que o diâmetro medido representa um deslocamento do fluido devido à ICP elevada pode ser confirmada com um “teste de 30 graus”; as medidas são feitas no olhar primário e a 30 graus do olhar primário.

Uma diminuição no ONSD em >15% de largura no olhar excêntrico de 30 graus é moderadamente específica para o aumento da pressão intracraniana como a etiologia do ONSD elevado, enquanto um teste negativo (sem alteração no diâmetro da bainha nervosa no olhar excêntrico) sugeriria etiologias alternativas e.g. doença infiltrativa.

Diferenciação entre as elevações agudas e crônicas na PIC pode ser auxiliada pelo sinal crescente (o correlato ultrassonográfico do papiledema 5), cuja presença infere a cronicidade.

Valores

Diâmetro máximo normal varia um pouco de publicação para publicação e, da mesma forma, o limiar acima do qual a PIC elevada deve ser considerada também varia dependendo das definições e da técnica de estudo.

Ao medir 3 mm do globo, o limite superior do diâmetro máximo da bainha do nervo óptico variou entre 4,8 a 6,2 mm 4

Ao medir 8 mm do globo, o diâmetro máximo da bainha do nervo óptico normal da TC é 5,8 m 3,

Deve-se notar também que provavelmente há uma relação entre o diâmetro do globo e o diâmetro do nervo óptico normal e alguns têm defendido que uma relação entre os dois pode ser mais apropriada 4.

Independentemente da técnica ou valor escolhido, é importante reconhecer que esta medida é, na melhor das hipóteses, imperfeita e não substitui a necessidade de monitoramento da pressão por outros meios, se clinicamente indicada.

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